A repórter Branca Andrade, do SBT Rio, foi intimidada por dois homens não identificados e impedida de fazer reportagem no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, sobre a greve do transporte público na capital fluminense. Ela estava ao vivo no programa SBT Rio e, por mais de dois minutos, tentou sair de perto dos homens, enquanto o cinegrafista Edson Santos gravava a cena.
Durante todo o tempo que durou a intimidação, a repórter pediu aos dois homens que se afastassem para que ela pudesse cumprir seu papel de informar. De costas para o repórter cinegrafista Edson Santos, os homens se colocaram na frente da repórter e chegaram a desconectar o áudio dos jornalistas. A equipe de reportagem só conseguiu concluir seu trabalho sobre a greve do BRT depois de chamar a Polícia Militar.
A empresa que administra o terminal, a Rioter, informou ao SBT que seus seguranças usam uniformes e afirmou que vai apurar o caso. De acordo com a emissora, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu a apuração imediata do ocorrido. Em nota, a emissora repudiou com veemência o episódio, pediu a identificação dos homens e afirmou que “o jornalismo presta um serviço essencial para a população e não deve sofrer nenhum tipo de censura.”
A vice-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Katia Brembatti, condenou a ação intimidatória contra a equipe do SBT. “É inadmissível que profissionais de imprensa sejam tolhidos em seu direito e dever de levar informações para as pessoas. Nem mesmo a transmissão ao vivo, com a perspectiva de exposição, inibe ações de cerceamento do trabalho da imprensa”, afirmou.
“É preciso discutir esse cenário em que jornalistas são vistos como inimigos e também repensar que sociedade teremos se repórteres não mais puderem transmitir o que está acontecendo no dia a dia”, concluiu.
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