Rio – A transferência realizada pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) foi autorizada depois que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ) descobriram que a ação foi ordenada por quatro chefes do tráfico, diretamente do Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste.
Os quatro presos deveriam ir para uma unidade de segurança máxima, mas não aconteceu. A Vara de Execuções Penais (VEP) disse que não autorizou a transferência e que a mudança foi irregular. Entretanto, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária foi questionado pela VEP quando solicitou o retorno de presos em situação semelhante para o regime fechado, A Vara de Execução Penal teria questionado motivo de transferência do VP para SEAP/GC sem determinação judicial, citando inclusive o entendimento de que a preventiva não regride regime, neste contesto não restou a SEAP outra atitude senão desfazer a transferência.
O fato é que, este impasse entre SEAP e a VEP, só beneficia os criminosos e suas facções, assim como contribui e alimenta a máfia especializada em venda de transferência de presos em determinados setores da secretaria.
Os mandantes da invasão, segundo as investigações, são:
a) Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, conhecido como Abelha, b) Márcio Gomes de Medeiros, conhecido como Marcinho do Turano, C) Marcelo Fonseca de Souza, o Xará da Mangueira e Altair Domingos Ramos, conhecido como Nai da Mineira.
Todos os criminosos que comandaram a guerra cumprem penas superiores a 30 anos de cadeia por vários crimes, a maioria ligada ao tráfico de drogas.
Depois da invasão ao Complexo do São Carlos, o Ministério Público e a Polícia Civil chegaram a pedir a transferência deles e de outros envolvidos na guerra para presídios federais, de segurança máxima, e não conseguiram.
A Justiça decretou então prisão preventiva para todos os indiciados e pela lei, os que já estavam presos, perderiam os benefícios.
Os quatro já cumpriam pena no Instituto Penal Vicente Piragibe, onde os presos podem circular livremente pelos seis pavilhões o dia todo, e só são recolhidos às 17h para as galerias. Eles ainda têm acesso à cantina e foi de lá que 31 presos conseguiram fugir pelo esgoto, em 2013.
Conforme mostrou o RJ2, as próprias guias de transferência ressaltam a alta periculosidade dos bandidos. Em todos os documentos, o motivo é o mesmo: interesse da administração $$$$$$$$$$$$$$.
Além disso, a guia de Wilton Quintanilha, o Abelha, foi feita à mão e tem rasuras. Todos foram transferidos em horários fora do padrão, depois do fim do expediente. A mudança de Abelha foi cumprida às 22h.
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