Delegado teria usado indevidamente equipamento de escuta telefônica
A investigação e a análise de três dos 12 telefones celulares apreendidos na casa do delegado da Polícia Civil Maurício Demétrio Afonso Alves, preso desde junho. Ainda de acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na análise de uma comunicação entre o delegado e o policial civil Adriano Santiago da Rosa, seu braço-direito na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), ficou demonstrado que ele receava interceptações em seus telefones e os de seus policiais. Segundo a denúncia, Demétrio pediu Santiago a lista de telefones de agentes que trabalhavam com ele. Não se sabe se, as interceptações eram realizadas no guardião da Policia civil ou de outra Secretaria do governo. Certo mesmo é que, em Bangu 8, Demétrio tem tratamento diferenciado e iria até ganhar de presente, um presídio especial em Niterói. Enquanto isso, fontes revelaram que o delegado vem recebendo visitas constantes, entretanto, não são registradas em livros, nem mesmo passam por revistas de rotinas ou scanner.
Ao MP:
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, deveria olhar com lupa a rotina do uso de equipamento de rastreio telefônico (Guardião) da Secretária de Estado de Administração Penitenciária, solicitar um auditamento dos últimos cinco anos, considerando que o equipamento não é de uso exclusivo da SEAP, atualmente é compartilhado com outras forças policiais, quem sabe, apareça algo sobre o Delegado investigado. Talvez encontremos motivação para tantas regalias que podem ir além do simples corporativismo.
Ao Juiz Corregedor da Vara de Execução Penal, caberia neste momento, agir de forma similar ao que se realizou em Bangu IV, requerendo todas as imagens que possam expor a rotina dos preso de Bangu VIII, em particular, do Delegado da Polícia Civil, Maurício Demétrio, preso pela operação do GAECO/MP.
A Polícia Federal que atua no Estado do Rio de Janeiro, ainda não identificaram que o núcleo responsável pelas interceptações que faz parte da estrutura administrativa da Polícia da Penal do estado do Rio de Janeiro SISPEN (SUBSECRETARIA DE INTELIGENCIA PENITENCIÁRIA).
A superintendência existe sob o guarda-chuva da chamada Diretoria de Inteligência e Estratégia, órgão vinculado à Secretaria de de Estado de Administração Penitenciária. Na prática, todos os pedidos de interceptação telefônica formalizados pela SEAP/Rj ao MPERJ relacionados “teoricamente” ao Sistema Prisional Fluminense passavam pelo departamento, comandado por um Delegado da Polícia Civil RJ que, segundo o regimento interno, seria responsável por assessorar o secretário da pasta.
Pratica parecida, estaria ocorrendo no Estado de Tocantins, entretanto, a Policia Federal, ao longo da investigação, identificou que o núcleo responsável pelas interceptações não fazia parte da estrutura administrativa da Polícia Civil, órgão competente para exercer atividade de investigação de exclusividade da polícia judiciária.
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