Por Marcia Brasil – Atualizado há 5 horas
A decisão judicial que a afastou a delegada, assinada pelo juiz Marcello Rubioli, também determinou a suspensão do login e senha de acesso aos sistemas da Polícia Civil vinculados à Ana Lúcia.
Rio – Uma decisão da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio afastou do exercício das funções de delegada Ana Lúcia da Costa Barros, mulher de um dos sete presos da Operação Heron — contra agentes públicos aliados da maior milícia em atividade no estado
A força-tarefa da Polícia Civil do RJ, a Corregedoria da PM e o Ministério Público do Rio de Janeiro investigava se Ana acessou o próprio banco de dados para ajudar a quadrilha. A força-tarefa afirma que a senha dela foi usada para acessar detalhes de uma placa de um veículo a mando do miliciano Francisco Anderson da Silva Costa, o Garça.
A decisão judicial que a afastou a delegada, assinada pelo juiz Marcello Rubioli, também determinou a suspensão do login e senha de acesso aos sistemas da Polícia Civil vinculados à Ana Lúcia.
Em uma operação para tentar prender Garça, em abril do ano passado, a polícia apreendeu um celular do miliciano e conseguiu detalhes da quadrilha.
Em uma das conversas, segundo a polícia, Garça pede ao agente penitenciário André Guedes Benício Batalha, marido de Ana Lúcia, para “levantar uma placa”.
Segundo o MPRJ, Garça estava desconfiando dos ocupantes de um carro e mandou Guedes descobrir se era um veículo descaracterizados da Polícia Civil em campana.
Imediatamente, Guedes responde ser um Toyota Etios preto. Para tal, o agente penitenciário usou a senha de delegada da mulher, Ana Lúcia, segundo a denúncia do MPRJ. Não está claro se esse automóvel de fato era da polícia.
“Se realmente fosse uma viatura oficial, provavelmente os agentes que ali estivessem teriam o risco aumentado de sofrer algum tipo de retaliação”, diz a denúncia que motivou a operação.
“Até o presente momento, não houve constatação do envolvimento da delegada com a milícia”, explicou no dia em que a Heron foi deflagrada o delegado Thiago Neves, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
“Estamos analisando para saber se houve a participação dela, se vai ser oferecida denúncia ou se vão ser aprofundadas as investigações contra ela“, pontuou André Cardoso, promotor do Ministério Público do Gaeco.
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