No sábado (7) o batalhão reforçou a segurança do prédio, mas no domingo (8), havia somente o efetivo da guarda
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dispensou um pelotão de 36 agentes do Batalhão da Guarda Presidencial cerca de 20 horas antes da invasão de terroristas ao Palácio do Planalto em Brasília, no último domingo (8), segundo o jornal Estado de S. Paulo.
Conforme o jornal, no sábado (7), o batalhão reforçou a segurança do prédio. Mas no domingo (8), havia somente o efetivo da guarda. O pelotão da GSI, retornou ao Planalto no começo da tarde de domingo após o Comando Militar do Planalto (CMP) ter entrado em contato.
A primeira de três levas despachadas para retomar o local foi feita somente às 15 horas com a chegada 133 homens e equipamento de choque, do Setor Militar Urbano (SMU). Logo em seguida o gabinete formalizou o pedido de reforço e ativou o “Plano Escudo”, que protege o Planalto, a Alvorada, o Jaburu e a Granja do Torto sem que seja necessária decretação de operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO).
O argumento de militares é que o reforço para a guarda do Palácio do Planalto, era de responsabilidade do GS. Além disso, foi destacado que uma falha das informações de inteligência ou uma omissão de autoridades da Segurança Pública do Distrito Federal fez com que o cenário previsto não incluísse a tomada violenta das sedes dos Três Poderes pelos extremistas.
Cinco perguntas ainda sem respostas sobre a ação de manifestantes em Brasília
Enquanto as investigações começam, especialistas em segurança pública apontam que há perguntas importantes sobre os eventos que antecedeu a invasão que ainda não foram respondidas.
O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sérgio de Lima, elencou cinco questões ainda sem respostas sobre os episódios do domingo. Segundo ele, as principais perguntas são:
– Por que o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal viajou às vésperas da manifestação?
– Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, tratou com Bolsonaro sobre as manifestações do domingo?
– Qual foi a atuação do comando-geral da PM do Distrito Federal nas horas que antecederam a invasão?
– Qual o papel do governador afastado Ibaneis Rocha no episódio?
– Por que o Batalhão de Guarda Presidencial não conseguiu impedir a invasão do Palácio do Planalto?
Por que o Batalhão da Guarda Presidencial não impediu a invasão do Palácio do Planalto?
Apesar do foco na atuação da Polícia Militar durante a ação dos militantes bolsonaristas, Renato Sérgio de Lima aponta que é preciso entender porquê os soldados do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) não impediram a invasão do Palácio do Planalto.
De acordo com o site do BGP, a unidade tem como uma de suas atribuições a de “guardar as principais instalações do Governo Federal e do Comando do Exército, na capital da República”.
“Talvez o BGP não pudesse impedir a invasão das sedes do Congresso, do STF e do Planalto ao mesmo tempo, mas acho que seria plausível imaginar que eles impedissem a invasão do Palácio do Planalto, ao menos”, disse.
Normalmente, esses soldados ficam posicionados em diferentes pontos do Palácio do Planalto e contam com escudos e equipamentos de proteção para protestos.
No dia da invasão, porém, eles não foram páreo para os invasores.
Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça Flávio Dino foi questionado sobre a atuação do BGP, mas disse que a questão deveria ser encaminhada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), atualmente comandado pelo general da reserva Gonçalves Dias.
A BBC News Brasil enviou questões sobre a atuação do BGP ao Ministério da Defesa e ao GSI, mas até o momento, nenhuma resposta foi enviada.
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