Brasília DF – Inicialmente apelidado deG7, o grupo que comanda a CPI da Covid apareceu com frequência nos primeiros 90 dias de atuação da comissão, na execução de quando médicos que defendiam tratamento precoce estiveram presente, quase teve defecções precisou manobrar para forçar uma união.
Após alguns atritos na primeira etapa da CPI, essa ala tem entre seus desafios a busca de articulação para evitar uma perda de comando com a retomada dos depoimentos na comissão a partir da semana que vem.
A primeira delas foi o pedido de prisão de Fabio Wajngarten, que colocou o presidente Omar Aziz (PSD-AM) em atrito com os demais. Na ocasião , o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) pediu a detenção do ex-auxiliar de Bolsonaro, o que acabou negado por Aziz.
Outro racha veio após a prisão determinada por Aziz do ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. Apesar de todos manifestarem publicamente apoio ao presidente do colegiado, houve questionamento interno da decisão.
Por outro lado, a ameaça mais séria e persistente está ligada ao Amazonas, estado de dois membros da comissão. Problemas regionais quase levaram à saída definitiva do senador Eduardo Braga (MDB-AM) do G7.
O primeiro embate entre Aziz e Braga ocorreu na época da análise de requerimentos para convocar o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
O senador emedebista pressionou para que Lima fosse convocado, apesar da leitura da cúpula da CPI de que a comissão não tinha tal poder.
Somou-se à demanda de Braga as solicitações dos senadores governistas para que outros chefes de Executivos estaduais fossem chamados a falar no colegiado.
A avaliação de parte do grupo é que Braga estaria se alinhando ao Planalto.
Diante da situação, senadores buscaram contornar as rusgas e colocar panos quentes no atrito entre o presidente da CPI e o senador emedebista para evitar perder a maioria.
Segundo o próprio Aziz, por exemplo, Braga continua como membro do G7. Ele diz inclusive que o senador segue no grupo de WhatsApp criado no início dos trabalhos pelos senadores. Chamado de “Filhos de Otto e de Tasso”, em referência aos dois senadores mais velhos da comissão.
Trata-se também de uma adaptação do grupo de WhatsApp que era usado por procuradores da Operação Lava Jato, que era chamado “Filhos de Januário”.
“Os interesses maiores, nós comungamos dos mesmos. Os menores a gente tem que relevar. Não é uma coisa minha só, é de qualquer pessoa que atua na posição que eu estou, tendo manter o equilíbrio para manter a união do grupo”, afirmou Aziz à Folha.
Neste mês, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, foi xingado por apoiadores de Jair Bolsonaro e todos os senadores do grupo, inclusive Braga, solidarizaram-se com ele e disseram que assinariam uma nota em apoio caso ele quisesse.
Renan também afirma que o grupo não rachou. “O Eduardo, nas coisas fundamentais, sempre votou conosco, os sete, e não é interessante excluí-lo. É preciso ciscar pra dentro. Nós queremos ser G8 e não G6”, afirmou o senador à Folha.
As divergências políticas do grupo não param apenas nos amazonenses. O próprio Randolfe reconhece que sempre teve uma trajetória de divergências políticas com Renan.
“Se alguém dissesse para o Randolfe de 2011, quando chegou ao Senado, ‘olha, atenção, eu vim do futuro. Em 2021, você continuará no Senado e o seu principal parceiro, o qual você defenderá e ele lhe defenderá também, será o senador Renan Calheiros’. Eu imediatamente diria ‘manda recolher porque esse aqui está doido de pedra’”, disse Randolfe.
“A grande característica do campo que se formou é que são pessoas de posições políticas muito distintas, que se uniram por conta da tragédia que estava em curso no Brasil”, avalia o senador.
Para ilustrar o caso, ele lembra que na aprovação da reforma trabalhista, ele chegou a pular sobre a mesa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de tão contrariado com a posição do colega.
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