O acordo entre líderes europeus para o envio de tanques Leopard 2 e Abrams para a Ucrânia já motivou avisos por parte do Kremlin, por exemplo, à Alemanha, afirmando que a medida trará consequências para a relação entre os dois países. No entanto, os efeitos desta ajuda do ocidente poderão ser mais impactantes do que o previsto.
Segundo um responsável da União Europeia, a Rússia está agora “em guerra com a NATO e com o Ocidente” e vai levar o conflito a entrar “numa nova fase”.
Stefano Sannino, secretário-geral do Serviço Europeu de Ação Externa, defende que o Presidente russo Vladimir Putin vai aumentar os ataques indiscriminados lançados contra civis e alvos não-militares, em retaliação pelo envio de tanques ocidentais a serem feitos por vários aliados de Kiev.
Numa conferência de imprensa em Tóquio, o oficial afirmou que Putin “mudou do conceito de uma operação militar especial para o conceito de uma guerra contra a NATO e o Ocidente”, mas defendeu o envio de tanques norte-americanos e alemães para a Ucrânia, sustentando que não podem ser vistos como um ataque, mas sim uma forma de as forças ucranianas se defenderem.
“Acho que este último desenvolvimento em termos de fornecimento de armamento é uma evolução da situação, e da forma como a Rússia já começou a levar a guerra oara uma nova fase”.
Stefano Sannino avisou que as forças russas vão aumentar os “ataques indiscriminados” contra civis, zonas habitacionais e cidades, e reduzindo as ofensivas contra alvos militares.
O responsável aponta ainda que a UE não quer de forma alguma levar a uma escalada de violência, expectável para a primavera, mas sim “abrir a possibilidade de salvar vidas e de permitir que os ucranianos se defendam destes ataques bárbaros”.
Ao mesmo tempo, o Kremlin já disse esta sexta-feira que os EUA têm a chave para acabar com o conflito na Ucrânia mas que “não a querem usar”. Dmitry Peskov, porta-voz da presidência, acusou Joe Biden de “encher a Ucrânia de armas” quando em vez disso podia estar a trabalhar para influenciar a um cessar-fogo.
Recorde-se que, após a Alemanha anunciar o envio de pelo menos 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia, bem como a permissão para que outros países possam fazer o mesmo com os veículos armados de fabrico alemão, também os EUA vieram garantir o fornecimento de pelo menos 31 tanques M1 Abrams.
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